segunda-feira, 5 de abril de 2010

A Questão da Crítica

Cultura, Crítica e Desenvolvimento Humano
Que Cultura é todo o desenvolvimento humano já é sabido, mas quando se fala sobre esse termo normalmente costuma-se se referir ao campo das Artes. Este campo é vasto e engloba não só a Pintura, a Escultura, a Dança, o Teatro, a Música, a Literatura - para citar algumas Artes mais “antigas” -, mas também a Arquitetura, as Artes Marciais, o Cinema, a Fotografia, o Design, e, mais recentemente, a Arte-Digital, a Performance e outros muitos meios de expressividade que existem nas várias partes do planeta.

Privilegiados somos por estarmos inseridos em uma época em que o acesso à informação está um pouco mais amplo. Mesmo assim tal acesso só serve na medida em que se procura focalizá-lo de maneira a utilizar-se de sua propriedade de maneira a servir para o engrandecimento cultural de cada um de nós. Esse “de cada um” já se é, em parte, “feito” ao se nascer, mas pode ser “transformado” durante sua vivência. Cabe a cada um sim formalizar o potencial, a virtude que “herdou-se” ao nascer. E, ainda, reproduzir essa informação para outros meios e para outras pessoas e fazer assim que exista um progresso humanístico sempre aprimorado.

Existe uma grande efervescência cultural no sentido artístico que se manifesta constantemente. Exemplos de grandes artistas não são necessários citar, pois os mesmos mereceriam uma homenagem ampla e condigna por parte dos que amam as Artes. Convém lembrar, no entanto, que esse amor pelas Artes é também construído com o desenvolvimento de uma conduta pessoal e social que leva em conta a importância que os artistas têm no processo de promoção do saber inclusive. Esse saber é existente na medida em que promove o embate entre a percepção transmitida e a percepção recebida. Explicando: quando se se apropria de um determinado conhecimento, o ser humano sempre - ou quase sempre - o digere e o transforma em produto (conhecimento) que será seu para sempre. As Artes e os Artistas podem contribuir com a ampliação desse conhecimento e com sua real observância crítica.

Observância crítica é notar o que está aparentemente oculto, já que a palavra crítica, em seu real significado, quer dizer “mostrar aquilo que está oculto” - contrariamente a outro conceito que não está 100% correto e que diz que crítica é falar mal de algo ou então falar das características ruins ou de baixa qualidade desse algo ou mesmo de alguém. Quando se critica, portanto, se mostra o que não está muito apresentado. Quando se faz crítica pode-se fazer de maneira a mostrar a origem, a característica, a destinação, a importância do objeto ou da pessoa que se está em foco. Não é simplesmente colocar os pontos negativos em evidência.

Quem observa uma crítica pode e deve também fazer a sua crítica da crítica. Como? Ora, se se concorda simplesmente com o ponto de análise da crítica inicial fica-se comandado, mero instrumento e joguete das palavras. Antes é necessário compreender que na crítica podem existir intenções: elevar ou desmerecer o artista, o ato, a obra; manipular informações e dados para que a mentira passe a ser recebida como verdade; transformar o que é de um nível de qualidade em outro nível, qual seja maior ou menor; etc.

Finalizando, um ditado para pensar: “A crítica é fácil, difícil é a Arte.” Será?

(publicado em: http://www.otrampolim.com.br/ler-noticia/3/746/05-04-2010/a-questao-da-critica - 05 de Abril de 2010 - Salto/SP)

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